Cartas de Ruben A. em Coimbra : o outro lado do desterro

Ana Maria Machado

Resumo


A divulgação de um núcleo significativo de cartas familiares que Ruben A. trocou com seus pais entre 1942 e 1945 desafia algum do conteúdo da autobiografia O mundo à minha procura que o escritor publicou na década de 60 e mostra como a correspondência funciona como antecâmara da escrita posterior. O confronto entre as duas modalidades de escrita do eu descobre assinaláveis diferenças entre os resultados dos pactos epistolar (Altman) e autobiográfico (Lejeune). Estas divergências são particularmente notórias nas impressões que o autor regista sobre o seu período de formação académica em Coimbra. Na escrita autobiográfica, o eu que se derrama esteticamente (Blanchot) é afetado pelos filtros que tempo e memória subjetiva lhe impõem, enquanto na correspondência privada se assiste a uma menor vigilância e, de certa forma, a uma maior naturalidade no modo de encarar o desenraizamento a que foi sujeito.

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