Entre «The inaccuracy of thought!» e «The ignorance of humanity!» num conto de Virginia Woolf

Carmen Matos Abreu

Resumo


Na busca de respostas, a dúvida leva a narradora a mergulhar em hipóteses, razões prováveis, mas sempre improváveis, que no silêncio de si para si lhe vão aportando ao pensamento na esperança de que da falha surja o acerto. Perante questionamentos acerca de uma mancha na parede, a narradora vai-se deleitando na tecelagem de uma sucessão de noções, numa escrita introspetiva e esforçada pela descoberta do real no passado. Toda a construção narrativa do conto The Mark on the Wall decorre de imagens do derrame de consciência da narradora, que concatenam quadros de vida imaginados. Publicado em 1917, neste conto respiram-se já os reflexos das enormes perplexidades, erros ou falhas organizadores da instabilidade psicológica que a Primeira Guerra Mundial disseminava, também no mundo literário, deixando cada identidade sem
respostas e sem convicções. É a liberdade de pensamento que Virginia Woolf defende através do jogo da Natureza, percebendo que tudo é fugaz e que nada sabemos. Este conto termina em aberto. Sem soluções para erros do pensamento mas que trouxeram fortuna ao leitor, acompanhar Virginia Woolf nesta viagem à profundidade de todos as «fraquezas de pensamento» que definem «a ignorância da humanidade» é mergulhar num projeto literário da estética modernista.


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