“Mas, esta prova não avalia conhecimentos!” – O (des)interesse pelos Exames Nacionais

Paulo Lemos, Salomé Ribeiro, Júlio Rocha

Resumo


Por muito que se possa argumentar sobre a importância dos Exames Nacionais para avaliar o sucesso/insucesso dos alunos e aferir a qualidade do ensino (português), todos temos consciência que não há sistemas de avaliação perfeitos e os que possuímos dividem a comunidade escolar, sendo perspetivados como mais (in)justos e (in)verosímeis.

Partindo de questões problemáticas como “Em que medida é que os Exames Nacionais refletem uma conceção problematizadora para os nossos alunos?” ou “Preparam-se as aulas e o ano letivo em função dos Exames Nacionais ou das prioridades e das dificuldades das nossas turmas?”, tanto os alunos do 11º ano de escolaridade da Escola Secundária António Nobre (Porto), através da aplicação de um inquérito por questionário, como as docentes da disciplina de Geografia da mesma instituição, através da realização de uma breve análise S.W.O.T., manifestaram as suas  posições relativamente ao tema em causa.

É de se realçar que, embora com reações, opiniões e perspetivas muito diferentes, uma coisa é certa: a avaliação assume-se como um elemento integrante e regularizador da prática educativa. Nesta medida, o melhor que poderemos fazer é encarar os Exames Nacionais dos Ensinos Básico e Secundário numa perspetiva de sucesso, de progressão e de prossecução dos objetivos individuais de cada aluno e não julgados como meros agentes de seleção, de exclusão e de insucesso.


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