Amor e paixões na filosofia moral de Santo Agostinho

Marcos Roberto Nunes Costa

Resumo


Embora reconheça que o homem é um ser concreto, feito para viver, neste mundo, o que implica que tenha de buscar ser feliz neste mundo, entretanto, segundo Agostinho, ontologicamente, o homem não foi feito para este mundo, mas para Deus, em quem se encontra a única e “Verdadeira Felicidade”. Tal dualidade o coloca numa situação de conflito, pois como conciliar a felicidade temporal, proporcionada pelos bens temporais, mutáveis e corruptíveis e a “Verdadeira Felicidade”, que se encontra unicamente em Deus, imutável e eterno? De que forma o homem deve amar os bens temporais em vista do Sumo Bem Eterno? Para solucionar tal conflito, Agostinho lança mão de dois outros princípios ontológicos: o primeiro é cosmológico, subdividido em: a) que na natureza criada por Deus não há senão o bem, sendo, portanto, bens todos os serem materiais ou temporais; b) o que há na realidade são diferentes graus de perfeição entre os seres do universo; c) que a disposição destes bens neste mundo segue uma Ordem, ao que chama de “Ordem divina”. O segundo: que o homem é dotado de livre-arbítrio, o qual, mediante o uso da Razão iluminada, sabe que caminho deve tomar para respeitar a “Divina Ordem”. Assim sendo, o amor ordenado consiste em amar os bens temporais em vista da Vida Eterna. Ao contrário, o amor ou paixões desordenadas, em desrespeitar a “reta ordem”, amando os bens temporais como fins em si mesmos, em detrimento de Deus, são a causa do mal.

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