Revolução e resistência: historiografia e luta armada no Brasil

Lucileide Costa Cardoso

Resumo


Os diferentes graus de engajamento político em organizações e partidos de esquerda determinaram caminhos diferentes com relação à opção pela produção do conhecimento histórico. Defensores de uma historiografia engajada com os conflitos e tensões do seu tempo, os estudiosos aqui destacados analisaram com rigor o golpe de 1964 e seus desdobramentos, buscando ultrapassar os limites dos documentos oficiais. O recorte está direcionado para a problemática das esquerdas armadas e de suas relações com a sociedade e o Estado. A obra de Jacob Gorender - Combate nas Trevas. A Esquerda Brasileira: das ilusões perdidas à luta armada, 1987, o livro de Daniel Aarão Reis Filho, A Revolução faltou ao Encontro: Os Comunistas no Brasil, 1989 e a do sociólogo Marcelo Ridenti, O Fantasma da Revolução Brasileira, 1993, entre outras publicações e artigos, permitem o enquadramento do discurso historiográfico como território de memória. Tal produção pode ser caracterizada pela hiperpolitização do debate, envolvendo paixões e engajamentos, visíveis na arte de discutir bem, de realizar julgamentos rápidos, finalizados com argumentos contundentes. Os seus escritos passaram a incomodar tanto os defensores mais diretos da ditadura, como os opositores mais moderados, especialmente pela coragem na abordagem do tema da violência política, envolvendo projetos de revolução e de resistência. Episódios hoje, relegados ao esquecimento, favorecendo a valoração da luta democrática como memória hegemônica e pacificadora desse passado.

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 ISSN 0871-164X

eISSN 2183-0479

 

 

 

                                    

 

 

         

 

 

 

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