Livros raros e raras edições de clássicos greco-latinos
Abstract
No séc. XV, começa a emergir uma cultura palaciana e laical que se materializa num inusitado interesse pela tradução de textos latinos. D. Pedro, Fr. João Verba e Vasco Fernandes de Lucena traduzem o De Of ciis, o De amicitia e o De senectute de Cícero, o De re militari de Vegécio, o De regimine principum de Egídio Romano, o Panegyricus de Plínio-o-Moço, o De ingenuis moribus de Pier Paolo Vergerio; a pedido de D. Duarte, Alonso de Cartagena dá ainda uma versão em castelhano do De inuentione. Pouco a pouco, do espaço eclesiástico expande- se a cultura antiga ao mundo profano e da corte; os príncipes de Avis favorecem a difusão dos autores clássicos e esse saber – saber retórico e moral – torna-se fonte de distinção social e factor de progresso protegido e desejado. No declinar do século, é já manifesta uma nova forma mentis que resulta da propagação do humanismo. Restabelecida a comunicação entre a ars recte loquendi, orientada agora para a aquisição da eloquentia, e a ars bene dicendi, superada a fragmentação das artes do discurso, restaura-se a concepção holística da doctrina que distinguia o modelo quintilianista.
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