Os corredores de desenvolvimento em Moçambique

Madalena Pires da Fonseca

Resumo


O modelo de inserção de Moçambique na economia mundial, isto é, na divisão internacional do trabalho, decalca hoje, no essencial, a estrutura dos últimos anos do colonialismo e nesse contexto, os corredores de transporte/ desenvolvimento são os pilares fundamentais. Durante os cerca de 20 anos que decorreram entre a Independência e as primeiras eleições multipartidãrias e o início da aplicação de uma política econõmica aberta ao exterior e liberal, a
economia Moçambicana fechou-se sobre si mesma, ensaiando modelos
socialistas, num percurso de sucessivos insucessos, agravados por uma guerra civil fortemente destruidora das infra-estruturas produtivas. Da mesma forma que Portugal revelou uma incapacidade política histórica para controlar efectivamente o desenvolvimento das suas colónias e explorar de forma eficiente os recursos das mesmas, permitindo a entrada de companhias estrangeiras e aceitando, impotente, decisões políticas de outros países, sobre os seus territórios, também Moçambique actualmente, e desde a Independência, tem revelado uma forte debilidade política no campo das relações internacionais, daí
resultando muitas limitações ã aplicação de um modelo de desenvolvimento
socioeconomico concebido e construído internamente, pelo próprio país. Daqui resulta que os corredores de transportes serão corredores de desenvolvimento apenas na medida e na intensidade e no timing em que as instituições estrangeiras ligadas ã cooperação e ajuda internacional, os países vizinhos de economias mais fortes e os investimentos directos estrangeiros o determinarem, isto é, em função do interesse maior ou menor dos actores exteriores!


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