O poder do discurso de submissão: reflexões sobre as práticas discursivas na esfera da administração setecentista

Renata Ferreira Munhoz

Resumo


Analisa-se o emprego do poder no discurso oficial produzido na administração pública do Brasil colonial no período de 1765 a 1775, quando o Morgado de Mateus governou São Paulo. Estudam-se cartas manuscritas que compuseram a documentação pública enviada dessa capitania a Portugal, sobretudo ao Marquês de Pombal. Observando-se as formas como o poder é “exercido, manifestado, descrito, disfarçado ou legitimado” (Dijk, 2012, p. 39) nos discursos políticos da
segunda metade do século XVIII, nota-se que se ultrapassava a proposta de meramente comunicar as ocorrências locais e solicitar orientações. Nesses discursos havia o cuidado com a manutenção de seu ethos do autor, o que legitimava o poder das autoridades políticas europeias no Brasil colonial.
Dentre as características do discurso coevo, nota-se a “vassalagem” enquanto prática de rebaixamento e menosprezo da própria imagem do autor diante de seus interlocutores hierarquicamente superiores. Embora paradoxalmente, esse recurso possibilitava a elevação da estima do ethos do sujeito em seu meio social. O embasamento teórico e metodológico do Sistema de Avaliatividade
permite que se conheça a ideologia que motivava a sujeição como garantia de prestígio social. Pretende-se, portanto, verificar como se construía a intersubjetividade nas correspondências oficiais da administração colonial.


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