Do Smurf ao Ballet. A Invenção da Dança Hip-Hop

Roberta Shapiro

Resumo


Como é que uma brincadeira de miúdos, chamada smurfs, que chegou a França vinda dos Estados-Unidos no início dos anos 1980, progressivamente deu origem a um novo género coreográfico apelidado de dança hip-hop? O artigo descreve essa transfiguração: da conjugação de diversos microprocessos descontextualização, organização, profissionalização, singularização, intelectualização) emerge o macroprocesso da artificação dessa brincadeira. Vários dançarinos de hip-hop, na maioria filhos de empregados nos serviços e operários imigrantes, formaram-se nos anos 1980-1990 nas convenções de dança de palco erudita e organizaram-se em companhias. Foram subsidiados pelas autoridades públicas. Surgem alianças entre uma multiplicidade de atores sociais: jovens hip-hoppers, trabalhadores sociais, funcionários públicos, diretores de teatro, coreógrafos estabelecidos, jornalistas, etc. Estabeleceu-se um mundo da arte da dança hip-hop, precoce e relativamente estruturado, enquanto as competições em grande escala, sobre a forma de battles, só ganharam relevo desde os anos 2000. De forma paradoxal, existe uma interdependência dinâmica entre estes dois setores, entre os quais circulam pessoas, valores, técnicas e estéticas.

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 ISSN 2184-3805